Dorina de Gouvêa Nowill - Uma mulher à frente do seu tempo
Postagem do dia 28 de maio de 2019, no antigo Blog Vollenz.
Hoje, 28 de maio de 2019, Dona Dorina de Gouvêa Nowill faria 100 anos.
Mas quem foi essa mulher e quais eram suas motivações? Saiba mais sobre essa personalidade que conviveu durante 74 anos com a cegueira e fez disso sua missão de vida.
QUEM FOI?
Dorina nasceu em São Paulo, no dia 28 de maio de 1919 e acabou ficando cega aos 17 anos de idade, vítima de uma doença não diagnosticada. Ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, e conseguiu a integração de outra menina cega num curso regular da mesma escola. Posteriormente, Dorina colaboraria para a elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956.
Percebendo a carência, no Brasil, de livros em braille - sistema de escrita e leitura para cegos -, criou a então Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que iniciou suas atividades em 11 de março de 1946.
Dorina se especializou em educação de cegos no Teacher´s College da Universidade de Columbia, em New York, EUA. Naquela ocasião, participou de uma reunião com a Diretoria da Kellog’s Foundation, onde expôs o problema da falta de livros em braille para cegos brasileiros e a necessidade de se conseguir uma imprensa braille para a Fundação que havia criado no Brasil.
Assim, em 1948, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil recebeu, da Kellog’s Foundation e da American Foundation for Overseas Blind, uma imprensa braille completa, com maquinários, papel e outros materiais.
Em 1954
Ela conseguiu que o Conselho Mundial para o Bem-Estar do Cego se reunisse no Brasil, em conjunto com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Associação Panamericana de Saúde.
De 1961 a 1973
Dorina dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Em sua gestão foram criados os serviços de educação de cegos em todas as Unidades da Federação.
Em 1982
Dorina lutou, também, pela abertura de vagas e encaminhamento das pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. Durante a Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, Dorina conseguiu que a Recomendação 99, sobre a reabilitação profissional, fosse discutida.
Em 1983
Quando a Conferência da OIT se reuniu no congresso, os representantes do governo brasileiro, dos empresários e dos trabalhadores votaram a favor da proposta do Conselho Mundial para o Bem-Estar do Cego, pela aprovação da Convenção 159 e da Recomendação 168, que convocam os Estados membros a cumprirem o acordo, oferecendo programas de reabilitação, treinamento e emprego para as pessoas com deficiência.
Dorina também foi presidente do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, hoje, União Mundial de Cegos, e recebeu vários prêmios e medalhas nacionais e internacionais ao longo de suas mais de seis décadas de trabalho à frente da Fundação Dorina.
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